quarta-feira, 12 de novembro de 2008

4ª visita técnica do Projeto Diagnóstico de Campo Turístico Ambiental de Nova Friburgo - Rio Bonito de Baixo - Rio Bonito de Cima

Na última quinta-feira (06/11/2008) foi realizada a 4ª Visita Técnica do Diagnóstico de Campo Turístico Ambiental de Nova Friburgo, parceria entre o CECNA e a Equipe de Turismo Receptivo de Nova Friburgo - ETR, que também conta com a participação da Universidade Livre da Floresta Atlântica - UNIFLORA.

O trajeto percorrido dessa vez, entre as localidades de Rio Bonito de Baixo e Rio Bonito de Cima, dá continuidade à análise da parte da bacia hidrográfica do rio Macaé inserida em Nova Friburgo, que corresponde também à Área de Proteção Ambiental - APA - Estadual de Macaé de Cima, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ. Os trabalhos subseqüentes percorrerão outras localidades dessa bacia, como Galdinópolis, Boa Esperança, São Pedro da Serra, Toca da Onça, Cascata, São Romão, entre outras. Vale lembrar que esse trabalho está aberto à adesão de outras instituições interessadas em participar.

Detalhes do trajeto (clique na imagem para ampliar).

A 4ª visita técnica, a qual teve início às 9h e se estendeu até as 14h, se deu com condições meteorológicas favoráveis, céu aberto com poucas nuvens e temperatura aproximada de 25° C. Durante o percurso houve momentos com céu nublado e no final, já em Rio Bonito de Cima houve uma forte pancada de chuva, mas que poucos momentos depois deu lugar ao sol novamente.
 
O trajeto teve início na Igreja de Rio Bonito de Baixo. Bem ao lado desta, encontra-se a sede da Associação de Moradores e Amigos de Rio Bonito – AMARB. É um local um pouco mais aberto e plano comparado ao restante da região, composta essencialmente por vales estreitos e com horizonte de visão bem limitado devido à característica montanhosa de todo o alto da bacia do rio Macaé. A estrada nesse trecho, assim como praticamente em todo o trajeto, encontra-se em bom estado de conservação, permitindo facilmente a passagem de carros de passeio. É também nesse ponto, segundo pudemos confirmar com um morador local, que tem início a estrada que dá acesso à localidade de Toca da Onça, muito procurada por turistas. Há um bar próximo, que se encontrava fechado, um campo de futebol e uma propriedade com um pequeno açude e com - o que chamou atenção - dezenas de garrafões de água vazios. Por fim, havia uma placa da União das Famílias da Terra - UFT - uma instituição criada há poucos anos e que participa ativamente na busca pelos direitos dos trabalhadores rurais e que questiona a forma de atuação do governo do estado através da APA de Macaé de Cima.
 


Durante todo o percurso verificou-se na paisagem diferentes portes da vegetação local, mas que de um modo geral encontra-se em bom estado de conservação. Poucas áreas de cultivo foram avistadas, assim como de pastagens. No entanto é preciso atenção em determinados locais, fazendo-se necessária a atuação do poder público em entrar em contato com os proprietários e debater melhores formas e possibilidades de se fazer um melhor uso do solo, poupando terrenos muitos inclinados e proximidades de nascentes de usos intensivos e também discutir formas de recuperação das áreas degradadas.


No meio do percurso há a predominância de uma vegetação de grande porte no alto dos morros e de uma vegetação em regeneração em diferentes estágios nos sopés. Em morros mais altos e mais afastados da estrada, certamente há faixas de floresta primária. Em relação a ocupação humana, o que se vê ao longo da estrada são muitos sítios, os chamados “sítios de recreação” mas que na maioria das vezes poderiam ser chamados também de “sítios de conservação”, pois pertencem a proprietários desejosos de conservar o patrimônio natural presente em suas propriedades. Não resta dúvidas, porém, de que há exceções a essa regra.
 

De todos os sítios avistados, destacam-se: o sítio Paraízo, com Z, o qual conta com uma grande infra-estrutura de um haras, no Km 3,7 do trajeto; e sítio Kaeru (Km 5,5) o qual na frente de sua entrada encontra-se a primeira de três fontes padronizadas visíveis no trajeto além de um grande gramado e um pequeno horto.
A partir desse ponto, a estrada acompanha de perto o Rio Bonito e este propicia vários pontos para banho e destaca-se, no Km 6,7, o poço do Roncador, ao qual se tem acesso por uma pequena trilha que tem início na estrada, que proporciona uma bela paisagem, com cachoeira, rochas, e uma piscina natural.



No Km 7,3 chega-se à pequena localidade de Sansão. Nos Km 9,2 e 9,7 encontram-se as outras duas fontes padronizadas do trajeto e, no Km 10,9, enfim, chega-se à localidade de Rio Bonito de Cima a qual com serviços básicos para o turista e equipamentos para a comunidade local como bares, restaurantes, pousadas, telefones públicos, uma mercearia e um posto de saúde. Segundo os moradores locais, há uma boa movimentação noturna nos fins de semana, o que completa o conjunto de atrativos que o local tem a oferecer.

O ponto que deixa a desejar, no entanto, é a questão do transporte. Há apenas dois horários de ônibus por dia saindo da rodoviária urbana durante a semana e apenas um(!) nos fins de semana, fato que limita claramente o desenvolvimento do turismo da região. Durante as visitas técnicas, a equipe do CECNA e da ETR constata o evidente desconhecimento por parte dos moradores da cidade de Nova Friburgo em relação a destinos turísticos tão aprazíveis localizados dentro de seu próprio município! Quando houver um programa de incentivo ao turismo de destinos locais, certamente a economia do interior será potencializada e isso será um motivo a mais para o fomento à conservação da natureza como aliado à qualidade de vida da população rural.

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