No
dia 04 de maio de 2014 foi realizada uma caminhada no Circuito Ecoturismo e Arte - Rota do Mão de Luva, entre os distritos de São Pedro da Serra e Lumiar, no município de Nova Friburgo.
O evento faz parte do projeto Anda Friburgo, uma realização da Empresa de
Turismo Receptivo – ETR, que conta com o patrocínio e a participação de representantes do
CECNA, de outras instituições e da sociedade. O Anda Friburgo está inserido no
Anda Brasil, um projeto a nível nacional que tem como objetivo incentivar nos
participantes e na comunidade o cuidado com a saúde física e promover o
bem-estar através do contato com a natureza.
Esta edição do Anda Friburgo teve a participação de sessenta
e sete pessoas e contou com a presença do Anda Rio das Ostras, representantes
da empresa Herbalife, do Centro de Estudos e Conservação da Natureza (CECNA) e
da sociedade civil.
Mapa 1: Localização do percurso. Clique na imagem para ampliar
Mapa 2: Detalhes do percurso em imagem de satélite. Clique na imagem para ampliar
Imagem 1: Foto oficial da caminhada
O circuito Ecoturismo
& Arte é também conhecido como “Rota do Mão de Luva”, isso devido a
história do português Manoel Henriques, um contrabandista de ouro que ficou
conhecido por usar luva em uma das mãos, e teria passado, ou até criado este
caminho para transportar o ouro e também fugir dos militares. Segundo a lenda,
“Mão de Luva” enterrou uma grande quantidade de ouro em locais secretos pelo
qual passou, como na localidade de Pedra Riscada em Lumiar.
A rota está
localizada entres os distritos de São Pedro da Serra e Lumiar, duas regiões que
possuem um histórico de colonização suíço-alemã que remonta ao século XIX e que
se faz presente até hoje nos traços físicos de grande parte da população local.
Ainda no século XIX e início do século XX, toda a região passou pelo devastador
ciclo do café, porém, devido às características do relevo e da organização
social com forte base familiar, as pastagens não dominaram o espaço após o fim
dos cafezais.
Atualmente, São
Pedro e Lumiar são conhecidos pelos friburguenses e turistas, que buscam tranquilidade
e contato com a natureza. Os dois distritos possuem uma abundância em recursos
hídricos, como belas cachoeiras e rios, ecossistemas bem preservados, além de
bons acessos viários e serviços básicos de eletricidade, telefonia, TV, internet,
uma boa rede hoteleira e gastronômica.
O trajeto percorrido
foi de aproximadamente 9,2 km, em um caminho com cerca de 45% de estrada de terra,
e 55% de estrada com asfalto. O ponto de encontro foi na praça de São Pedro da
Serra, que está a uma altitude aproximada de 728 metros acima do nível do mar. Todos
os participantes se reuniram no local, onde foram realizados alongamentos e algumas
instruções foram passadas. No entorno, restaurantes, pousadas, mercados, centro
de informações turísticas, residências e ponto de ônibus, o que demonstra uma
boa infraestrutura do distrito de São Pedro.
Imagem 2: Concentração na Praça de São Pedro da Serra (início do alongamento)
Com
aproximadamente 2 km de subida, o início do percurso é marcado por algumas
elevações com pastagem, mata nativa, árvores frutíferas, plantação de
eucaliptos e bananas, e alguns pontos de mirante que permitem observar cadeias de
montanhas da região como a serra onde se localiza o Pico da Sibéria. Uma área muito
arborizada onde a cobertura florestal predomina, mas também com diversos pastos
e construções. Foi possível ainda, avistar algumas aves, como um bando de
maritacas e outras espécies não identificadas.
Imagem 3: Participantes subindo no início da caminhada
O ponto mais alto do trajeto está a
1078 m de altitude, onde é possível avistar o pico da Boa Vista, que tem cerca
1980 m de altitude, e está localizado entre os municípios de Nova Friburgo,
Trajano de Moraes e Macaé. Este ponto é um marco divisor, onde começa a descida
da trilha e já é possível observar atividades agrícolas mais intensas,
pastagens em áreas bem íngremes e maiores sinais de erosão na estrada.
Imagem 4: Pico da
Boa Vista - 1980m
Após uma hora e
meia de caminhada, chega-se a comunidade de Boa Esperança de Cima, um pequeno
vilarejo com comércio, confecções, transporte público e muitas casas que ainda
preservam sua arquitetura histórica.
Neste ponto, inicia a estrada de asfalto que interliga o local a Lumiar,
e ao percorrer a estrada nota-se o aumento de construções, principalmente
próximas ao asfalto e novamente pequenas pastagens.
Depois de descer aproximadamente
1 km no asfalto, chega-se ao Poço Belo, um poço formado a partir do córrego Boa
Esperança, com uma pequena faixa de terra onde as pessoas podem se alocar. O local
é de fácil acesso e agradável, possui um estabelecimento comercial próximo,
chamado Sítio Cachoeira Poço Belo, o que atrai muitos friburguenses e turistas
nos dias de sol quente a curtirem um banho de rio. Devido ao crescimento de Boa
Esperança, é recomendável avaliar o estado de limpeza das águas do poço, já que
o despejo in natura de esgoto no
córrego vem se tornando frequente na região. Próximo ao Poço Belo, encontra-se
o Estádio Manoel Homem de Gouvêa, do time Boa Esperança Futebol Clube, um
pequeno campo onde os moradores utilizam para diversão.
Imagem 5: Poço Belo
em Boa Esperança
Percorreu-se mais 3 km até chegar
a ponte onde há bifurcação de São Pedro da Serra e Boa Esperança. Ao longo
deste percurso, é possível notar algumas construções antigas, pousadas,
residências, comércios e sinalizações turísticas. Após mais 1 km de caminhada,
chega-se a Praça de Lumiar, final do trajeto, e 5º distrito de Nova Friburgo,
totalizando assim, aproximadamente 9,2 km de caminhada.
A Praça de Lumiar está a uma
altitude de 655 m, e possui diversas construções antigas ainda preservadas, uma
boa estrutura com bares, restaurantes, mercearias, lanchonetes, pousadas, lojas
de artesanato e outros comércios, além do transporte público, o que facilitou e
serviu como suporte para muitos participantes.
Imagem 6: Praça de Lumiar (Local de Chegada)
Confira abaixo mais imagens registradas durante o percurso da caminhada do Anda Friburgo.
Imagem 7: Solo com sinais de erosão
Imagem 8: Eucaliptos na base do
morro. Percebe-se ainda um pequeno pasto que provavelmente é utilizado pelas
residências próximas.
Imagem 9: Grande área de pastagem. Ao fundo nota-se uma área preservada.
Imagem 10: Mesmo com um pasto ao meio,
é possível visualizar que no entorno a área ainda é bem preservada. Ao fundo,
belíssimas montanhas compõe o cenário.
Imagem 11: Área próxima a Boa
Esperança de Cima com atividade agrícola.
Imagem 12: Construção antiga em Boa
Esperança, que segundo a pintura data de 1956. A casa fica ao lado do Poço
Belo.
Imagem 13: Campo do Boa Esperança
Futebol Clube – Estádio Manoel Homem de Gouvêa
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