No dia 21 de abril de 2014 foi realizado mais um evento do Projeto Anda Friburgo, no Circuito Tiradentes – Amparo, no distrito de Amparo, localizado no município de Nova Friburgo, RJ. O Anda Friburgo está inserido dentro do Anda Brasil, um projeto a nível nacional que tem como objetivo incentivar nos participantes e na sociedade o cuidado com a saúde física e promover o bem-estar através do contato com a natureza. O Anda Friburgo é realizado pela Empresa de Turismo Receptivo – ETR, e conta com a participação de representantes do CECNA. A partir dessa edição do Anda Friburgo, o CECNA elaborará uma relatório ambiental da região da caminhada, incluindo o registro fotográfico detalhado e o mapeamento com GPS, reeditando assim a parceria de sucesso dos projetos Diagnóstico de Campo Turístico Ambiental de Nova Friburgo, já encerrado, e do Levantamento das Potencialidades Paisagísticas de Nova Friburgo, atualmente em andamento.
Nesse dia, foi percorrido o citado Circuito Tiradentes – Amparo. O trajeto foi de aproximadamente 8,5 km. Todo o distrito de Amparo está inserido na bacia hidrográfica do Rio Grande, uma das duas grandes bacias hidrográficas de Nova Friburgo, sendo a outra a do rio Macaé. A região foi ocupada desde o século XIX e sofreu com a supressão da vegetação nativa para o cultivo de cafezais e, posteriormente para pastagens. Há também a agricultura familiar, porém ocupou e ocupa uma área bem menor em relação às pastagens. Nas últimas décadas de século 20 com o intenso processo de urbanização no Brasil e o êxodo rural, parte das pastagens foram abandonadas, o que permitiu a regeneração da vegetação nativa de grandes áreas.
Atualmente, observa-se na paisagem alguns núcleos urbanos adensados, como o bairro de Tiradentes, com casas muito próximas umas das outras, interligados por algumas rodovias e muitas estradas de terra, pastagens mescladas com fragmentos de floresta nativa e olericultura (cultivo de hortaliças, raízes, folhosas, tubérculos, etc).
O trajeto, do início até o ponto mais alto, tem um desnível de cerca de 350 metros, tendo o final 1030 metros de altitude. Ao longo do percurso, alguns pontos de mirante permitem observar as montanhas da região, inclusive algumas conhecidas próximas do centro de Nova Friburgo, como as Catarinas, Duas Pedras e Caledônia, uma boa amostra do relevo acidentado de Nova Friburgo e que, por isso mesmo, dificulta a ocupação humana e permite com uma certa facilidade a preservação e regeneração de áreas naturais.
Esta edição do Anda Friburgo teve a participação de noventa pessoas e contou com o apoio da Associação de Moradores do Amparo, que forneceu frutas para os participantes e apoio durante a caminhada. O final do trajeto foi em um sítio na localidade de Alto do Schuenk, que possui uma grande diversidade de cultivos agrícolas além de áreas nativas. O sítio possui também uma estrutura para visitação, com sauna e piscina natural, um bom exemplo de que a região possui um grande potencial tanto para o turismo tradicional quanto para o ecoturismo, alternativas econômicas à simples exploração do solo, e que permitem a coexistência e cooperação das comunidades locais com um meio ambiente conservado, devendo ser essa uma prioridade das políticas do poder público para a melhoria da qualidade de vida da região.
Mapa 1: Localização do percurso. Clique na imagem para ampliar
Imagem 1: Participantes do Anda Friburgo – Circuito Tiradentes - Amparo
Imagem 2: Praça de Amparo, início do percurso
Imagem 3: Concentração do Anda Friburgo, em frente à Associação de Moradores do Amparo
Imagem 4: Sede da Associação de Moradores do Amparo
Imagem 5: Início da caminhada
Imagem 6: Primeiro mirante do trajeto. Observa-se uma paisagem mesclada com pastagens e fragmentos de floresta nativa em processo de regeneração
Imagem 7: Trecho do percurso. A vegetação nativa valoriza a paisagem e torna-se um atrativo para a visitação à região na qual está inserida
Imagem 8: Loteamento Tiradentes. O abandono da vida rural leva ao processo de urbanização adensado. Pela região ser predominantemente montanhosa, muitas vezes os assentamentos avançam por áreas bastante inclinadas, o que pode incorrer em risco à segurança dos moradores pelo deslizamento de terra em eventos de chuvas fortes, como as ocorridas nos anos de 2007 e, principalmente, em 2011, sobretudo em áreas sem cobertura florestal.
Imagem 9: A altitude desse ponto do percurso possibilita observar as montanhas do centro do município, com destaque para as Catarinas.
Imagem 10: Detalhes dos caminhantes
Imagem 11: O mosaico da paisagem aqui permite ver as pastagens, cultivos ao fundo, fragmentos florestais e as montanhas próximas ao horizonte
Imagem 12: Nesse ponto os caminhantes se aproximam do final do trajeto. Observa-se na imagem uma das poucas pastagens com gado da região.
Imagem 13: Outro ângulo da pastagem da imagem anterior. Destaque para a área florestada no topo dos morros, o que garante em grande parte a fixação do solo e possibilita a conexão entre fragmentos de floresta, que permite a circulação da fauna com segurança, nos chamados “corredores florestais”
Imagem 14: Produção olerícola no sítio no Alto do Schuenk
Imagem 16: Os caminhantes percorrendo as trilhas do sítio, aqui, próximos do açude
Imagem 17: Os participantes descansando na beira da piscina natural do sítio
Imagem 18: E, por fim, no caminho de volta
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