Estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas avalia
qual seria o impacto da redução do consumo de carnes, ovos e derivados do leite
na saúde humana e no meio ambiente. O resultado mostra que seria possível
reduzir as emissões de gases de efeito estufa ligadas à alimentação em até 40%
e as emissões de nitrogênio reativo em também 40%.
A pesquisa foi realizada por um grupo que conta com a participação
de dez cientistas, em sua maioria holandeses, e se baseou nos hábitos de
consumo de 27 países que formam a União Europeia. O estudo foi publicado na
revista científica Science Direct e todos os detalhes estão disponíveis
gratuitamente.
A intenção dos pesquisadores não é obrigar a população a
aderir ao vegetarianismo. O objetivo é demonstrar que é possível substituir
parte dos alimentos provenientes de animais por opções vegetais e ainda assim
manter os nutrientes necessários em uma alimentação saudável, ao mesmo tempo em
que se reduz a quantidade de gases poluentes liberadas na atmosfera.
Para a análise, os cientistas se basearam em uma redução de
25 a 50% no consumo atual de carnes, ovos e produtos lácteos na UE. Para que a
redução no consumo de carne seja possível, a pesquisa indica a compensação
feita pela ingestão de cereais, o que deve manter a energia da dieta. Além
disso, a população deveria aumentar o consumo de frutas e verduras, que está
abaixo da média na Europa.
De acordo com os pesquisadores, a ingestão de proteína, em
consequência do consumo de carne, é superior ao recomendado no velho
continente, chegando a ser 50% mais elevado que o necessário indicado pela
Organização Mundial da Saúde. As mudanças, principalmente no consumo de carne
vermelha e gordura saturada, reduz a ocorrência de doenças cardíacas, que são
responsáveis por 3,8 milhões de mortes anuais, somente na UE. No entanto, o
estudo explica que não é possível garantir que esses benefícios seriam
suficientes para incentivar a mudança de hábitos na população.
Medidas governamentais ou econômicas por parte dos
produtores e indústria poderiam incentivar os novos hábitos. O motivo para
isso: a urgência na criação de soluções para reduzir o impacto ambiental e
melhorar a saúde. O estudo sugere aumento no preço da carne e produtos lácteos
ou a criação de impostos sobre os efeitos ambientais. Os cientistas ainda
destacam o setor alimentício como área prioritária para que seja possível
alcançar as metas de redução nas emissões de gases de efeito estufa na Europa.
Para ter mais detalhes sobre o estudo, clique aqui.
Fonte: CicloVivo
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