sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

6ª visita técnica do projeto Diagnóstico de Campo Turístico-Ambiental de Nova Friburgo: Santiago - São Pedro da Serra

No dia 13/12/2008 foi realizada a 6ª visita técnica do Projeto Diagnóstico de Campo Turístico-Ambiental de Nova Friburgo, parceria CECNA/ETR/UNIFLORA. O caminho percorrido foi pela estrada que liga a localidade de Santiago, no distrito de Lumiar ao centro de São Pedro da Serra. O tempo estava nublado e com uma leve precipitação, com temperatura média de 18°C.
 


Detalhes do trajeto (clique na imagem para ampliar).

 O início do percurso, no entanto, se deu a partir da RJ-142 (trecho Mury - Lumiar) no começo da estrada de terra que leva à localidade da Sibéria, 5 km adiante aproximadamente. No asfalto, mais ou menos 300 m à frente, tem início a estrada que leva à localidade de Galdinópolis.
 

Como se pode verificar pelo mapa essa estrada margeia a Serra da Sibéria. Do asfalto avista-se o Pico da Sibéria, com 1700 m de altitude. Nos primeiros 5 km a estrada sobe até chegar ao divisor de águas. Nessa parte ela passa por dentro de uma floresta densa e de grande porte. Verifica-se alguns impactos apenas próximos da estrada, como algumas construções e pequenas limpezas de terreno. Há também pequenos eucaliptais e bananais, como se constata em toda a bacia do Rio Macaé. Daí em diante, já em outra micro-bacia, no distrito de São Pedro da Serra, a vegetação nativa diminui em porte e extensão, dando lugar a um uso do solo mais intenso, sobretudo por pastagens, mas ainda assim com remanescentes significativos de floresta em manchas nos topos de morros. Não há grandes rios no percurso, apenas alguns córregos e nascentes que compõem uma parte mais alta da rede de drenagem do rio Macaé.

 

Na primeira metade do caminho há predominância de sítios de recreação, alguns a venda. Na segunda metade, a ocupação humana aumenta, com a presença das localidades da Sibéria propriamente dita e, 2 km a frente, de Bocaina dos Blaudts. Nesta, além dos cultivos e pastagens nas vertentes próximas, há serviços como telefone público, mercearia, pousadas e ônibus.


No km 8, já a caminho do centro de São Pedro da Serra, há uma bifurcação. Por um lado, à esquerda, é o caminho mais curto e pelo qual passa o ônibus. À direita, o caminho é mais longo, porém com uma paisagem mais atraente, segundo os moradores locais que passaram informações sobre a região, e, portanto, com maior apelo turístico. Nesses últimos 2 km, verifica-se algumas pastagens e, à medida que se aproxima de São Pedro, uma maior presença de residências de classe média alta e grandes pousadas em meio à áreas de capoeira, florestas de médio porte em regeneração e de grande porte no topo dos morros e alguns cultivos nas áreas planas próximas à estrada.


 

sábado, 6 de dezembro de 2008

5ª visita técnica do Projeto Diagnóstico de Campo Turístico-Ambiental de Nova Friburgo, RJ - São Pedro da Serra - Lumiar via Boa Esperança de Cima

O Projeto Diagnóstico de Campo Turístico-Ambiental de Nova Friburgo, parceria CECNA, ETR e UNIFLORA, teve continuidade em sua 5ª visita técnica realizada no dia 20 de novembro de 2008 na qual o trajeto percorrido foi São Pedro da Serra - Lumiar, via Boa Esperança de Cima. Foram 9,2 quilômetros percorridos com um tempo parcialmente nublado, temperatura média aproximada de 23° C e sem precipitação.


Detalhes do trajeto (clique na imagem para ampliar).

São Pedro da Serra, onde teve início a visita técnica, é uma localidade muito conhecida do município de Nova Friburgo. Juntamente com Lumiar, tem um histórico de colonização suíço-alemã que remonta ao século XIX e que se faz presente até hoje nos traços físicos de grande parte da população local. Também no século XIX e início do século XX, toda a região passou pelo devastador ciclo do café. No entanto, devido às características do relevo e da organização social com forte base familiar, as pastagens não dominaram o espaço após o fim dos cafezais, como aconteceu em praticamente todo o resto do sertão fluminense e a floresta conseguiu se regenerar em grande parte da região. Devido ao longo período de tempo de isolamento em relação aos grandes centros, por causa da dificuldade de acesso, a agricultura de subsistência foi a principal forma de uso da terra, destacando-se os cultivos de inhame, mandioca, banana, entre outros.

Praça de São Pedro da Serra.
 
Atualmente, com seus ecossistemas locais relativamente bem preservados, a abundância de recursos hídricos e grandes belezas cênicas, além de bons acessos viários e serviços básicos de eletricidade, telefonia, TV e internet e uma boa rede hoteleira, o crescimento do turismo vem se destacando, dinamizando a economia local e colocando a localidade de São Pedro da Serra como um dos principais destinos do interior fluminense, juntamente com Lumiar. Porém, essas mesmas facilidades têm proporcionado o aumento da população fixa dessas localidades, o que aumenta a demanda por infra-estrutura básica de saneamento, habitação, educação e saúde e obriga o poder público a tomar providências para que a situação não fuja ao controle.
 
Outra questão vital para a região, assim como em todo o mundo, é a ambiental. Se por um lado a agricultura de subsistência tradicional garantiu uma melhor conservação dos ecossistemas em relação à outras regiões do Estado, por outro, ela, da maneira como é praticada hoje (inclusive com a utilização de agrotóxicos) aliada ao crescimento das áreas de pastagens, não está garantindo a proteção das áreas de floresta remanescentes. E o poder público, por sua vez, até hoje, não tem feito um bom papel de mediador da relação sociedade-ambiente na região. A criação de Áreas de Proteção Ambiental tanto pelo poder público municipal quanto pelo estadual foi feita de forma arbitrária e, o mais grave, sem consulta às comunidades diretamente afetadas. A atuação do Estado, em um passado recente, através da FEEMA, foi ainda pior, multando e até agredindo agricultores com a alegação de estar cumprindo a legislação ambiental que, por sua vez, está em grande parte fora da realidade de sobrevivência vivida no dia-a-dia no meio rural. Por fim, muito pouco faz o poder público em oferecer meios, recursos financeiros e suporte técnico aos agricultores locais para a adoção de práticas de cultivo ambientalmente sustentáveis, como a agricultura orgânica e agroflorestal.
 
No início do percurso, vê-se uma grande quantidade de pousadas, indicador da força da atividade turística. Constatam-se também várias pequenas propriedades com cultivos agrícolas, configurando uma mescla muito interessante de atividades econômicas no local.
 
Flagrante da utilização de agrotóxicos na região.
 
A medida que a estrada vai subindo, descortinam-se belas paisagens do vale onde São Pedro da Serra está inserida, dentre as quais destaca-se a serra onde se localiza o Pico da Sibéria. A cobertura florestal predomina na maior parte, porém existem grandes áreas de pastagens que necessitam ser monitoradas para que não avancem sobre a mata.
 

Quando a estrada cruza o divisor de águas, entra-se no vale de Boa Esperança, onde, logo de início, avista-se um belíssimo cenário, composto por matas, plantações e tendo como destaque o Pico da Boa Vista, o terceiro mais alto de Nova Friburgo, com 1980 m de altitude, e uma série de picos adjacentes a ele. Desse lado, a atividade agrícola é mais intensa, onde pôde-se verificar cultivos de banana, mandioca, couve, tomate, milho, eucalipto entre vários outros. Algumas pequenas pastagens também puderam ser verificadas em áreas bastante íngremes, completamente inapropriadas para o local.

Pico da Boa Vista, 1980 m de altitude.

 

Mais abaixo, depois de cerca de uma hora de caminhada, chega-se à localidade de Boa Esperança de Cima. Inserida no mesmo contexto histórico de São de Pedro da Serra e Lumiar descrito anteriormente, Boa Esperança vive um acelerado crescimento urbano que agora estará mais facilitado do que nunca com o asfaltamento da estrada que a interliga com Lumiar. Ao longo dessa estrada percebe-se claramente o aumento no número de construções, sobretudo próximas ao asfalto, situação essa que requer uma atenção redobrada por parte do poder público para evitar que se fuja ao controle, principalmente na questão da ocupação irregular de encostas e morros, tanto pela classe média quanto pela população de baixa renda. Ao longo dessa estrada também verifica-se novamente a presença de pastagens de pequeno e médio portes amplamente abandonadas ou pouco produtivas.
 
Mesmo com a presença de problemas sociais que necessitam de atenção, toda a região ainda se encontra numa situação ambiental privilegiada, com um potencial turístico incrível a ser explorado, mas de forma organizada e que leve, acima de tudo, prosperidade e qualidade de vida aos moradores locais e respeito à natureza local.
 
Boa Esperança de Cima.
 

Poço Belo.
 

Boa Esperança de Baixo.
 

Lumiar.

Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Dois Rios é implantado com a posse de seus membros em Nova Friburgo

Nesta terça-feira (02/12/08), às 14h, ocorreu a cerimônia de instalação do Comitê de Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios e posse de sua diretoria colegiada, no Senai de Nova Friburgo. No evento, estiveram presentes o presidente da Serla, Luiz Firmino Martins Pereira, membros do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e representantes de prefeituras da região de abrangência do colegiado. Criado através do Decreto Estadual nº. 41.472, de 11 de setembro de 2008, a entidade recebeu apoio técnico e financeiro da Serla até sua implementação. O colegiado é composto por oito representantes de usuários de águas, oito da sociedade civil (incluindo o CECNA, que ficou com a secretaria-executiva através de sua associada Viviane Suzey) e mais cinco membros de poder público municipal. A mobilização para a criação do Comitê Rio Dois Rios começou em 2001, quando o Consórcio para a Recuperação Ambiental dos Rios Bengalas, Negro, Grande e Dois Rios (BNG2) criou um grupo de trabalho em parceria com a Serla e ONGs da região. Sua área de atuação abrange os municípios de Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro, Macuco, Cantagalo, Itaocara, São Sebastião do Alto e parte de Nova Friburgo, Trajano de Moraes, Santa Maria Madalena e São Fidélis. Atualmente, existem sete comitês de bacia hidrográfica atuando no Estado do Rio de Janeiro: Baía de Guanabara, Piabanha, Guandu, Lagos São João, Macaé, Médio Paraíba do Sul e Rio Dois Rios. O objetivo dos colegiados é gerenciar o uso dos recursos hídricos com a participação da sociedade, garantindo a deliberação de decisões que influenciem na melhoria da qualidade de vida e no desenvolvimento sustentado das bacias que abrangem.

Adaptado de SERLA - 06.12.2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Segunda fase da Agenda 21 Comperj - Nova Friburgo

Nos dias 16, 17 e 18 foi dada continuidade ao processo de construção da Agenda 21 Comperj. Nova Friburgo é uma das cidades da região de influência do Comperj, o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, o maior investimento da história da Petrobras. Nessa fase, os representantes (entre eles o CECNA) eleitos de cada setor (Público, Empresas, Sociedade Civil e Comunidades) fizeram um refinamento das informações colhidas nas dezenas de reuniões que foram realizadas no município na primeira fase do processo. Para tanto, houve uma imersão de dois dias em um hotel no município de Rio Bonito, na região das Baixadas Litorâneas, onde a equipe formada por membros das instituições contratadas pela Petrobras para coordenar a Ag. 21 Comperj estão organizando as oficinas para a elaboração do conteúdo, gerado de forma coletiva, dos futuros documentos que servirão de base para a execução de atividades para o desenvolvimento ambientalmente sustentável dos municípios.

Nova Friburgo tem um especial destaque devido ao fato de já possuir uma Ag. 21 Local em um estágio bem mais avançado de estruturação administrativa em relação aos demais municípios. Com seus Planos de Ação divididos por bacias hidrográficas que em breve terão a complementação dos planos elaborados na Ag. 21 Comperj, o município terá nas mãos ferramentas privilegiadas para implementar políticas públicas e ações concretas e com isso  tornar-se um modelo para outros municípios no país. Não há dúvida de que o próximo prefeito Heródoto Bento de Mello e sua equipe no Governo Municipal terão obrigação de liderar esse processo em conjunto com a sociedade.

Aumento do repasse de recursos para Gestão Ambiental no Orçamento 2009 de Nova Friburgo

O vereador Marcelo Verly está propondo uma emenda à proposta de Orçamento Municipal de Nova Friburgo para 2009 no que diz respeito ao meio ambiente. Na proposta original, seriam destinados R$ 396 mil reais para Gestão Ambiental, a qual inclui investimentos nas unidades de conservação da natureza municipais. A emenda propõe um acréscimo de R$ 200 mil baseada em um projeto de ações para conservação da natureza no município elaborado pelo advogado e ambientalista Rodrigo Luz e pelo próprio vereador Verly, o qual conta com o total apoio do CECNA. Abaixo segue a íntegra da emenda modificativa:



Nova Friburgo, RJ, 18 de novembro de 2008.

Ao
Excelentíssimo Presidente
Vereador Sérgio Xavier


EMENDA MODIFICATIVA


Excelentíssimo Senhor,

Sirvo-me do presente para submeter à apreciação do Soberano e Douto Plenário desta Casa Legislativa EMENDA MODIFICATIVA com o objetivo de ampliar recursos para a proteção ao MEIO AMBIENTE de nosso município, através de ações de Planejamento e Coordenação junto à Defesa Civil.

Considerando ser Vossa Excelência um Edil que pauta suas ações pela DEMOCRACIA e tendo em vista que nas votações dos Orçamentos 2006 e 2007 foram permitidas Emendas até o dia da votação, o que caracteriza o BOM SENSO que deve nortear os trabalhos legislativos e NÃO AS FILIGRANAS JURÍDICAS que dirigem os trabalhos para lá e para cá, ao sabor das orientações do Executivo, rogo a Vossa Excelência que não macule seu mandato à frente desta Presidência.

Atenciosamente,


VEREADOR MARCELO VERLY






A PRESENTE EMENDA TEM POR OBJETIVO CRIAR CONDIÇÕES PARA AMPLIAÇÃO DA PROTEÇÃO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO, CONSOLIDANDO E FORTALECENDO UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, FISCALIZANDO ÁREAS DE RISCO NA ZONA URBANA E PREVENINDO QUEIMADAS TANTO NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO QUANTO PRÓXIMO À ZONA URBANA


1. APRESENTAÇÃO


O município de Nova Friburgo, localizado na Região Serrana do Rio de Janeiro, está coberto por importantes áreas de Mata Atlântica de altitude. A Floresta Tropical Atlântica predomina na Vertente do Atlântico da Serra do Mar, na bacia hidrográfica do rio Macaé, compondo um verdadeiro corredor de biodiversidade, mas também está presente na bacia do Rio Grande. Originalmente, a cobertura florestal ocupava quase a totalidade da superfície do território friburguense.

A ocupação do território friburguense, que possui uma área atual de quase 1.000 km2, deu-se mais especificamente no começo do século XIX com a vinda dos imigrantes suíços a alemães, tendo como principal atividade a agropecuária, participando do ciclo econômico do café.

No século XX, a cidade experimentou um grandioso desenvolvimento industrial, passando então a atrair um contingente muito expressivo de pessoas, tendo se expandido rapidamente nas últimas décadas em que muitas áreas verdes tornaram-se bairros habitados.

Em função dessas atividades, houve uma exploração muito acentuada e indiscriminada dos recursos naturais florestais, hídricos e até mesmo minerais, bem como uso e ocupação desordenados do solo. Os desflorestamentos para retirada de madeira, a destinação de áreas para agropecuária, a abertura de pedreiras e o crescimento muito rápido das áreas urbanas foram os principais fatores que reduziram consideravelmente a cobertura florestal original do município de Nova Friburgo.

Frente a este quadro, considerando a necessidade de preservação do que ainda restava de florestas friburguenses, foram criadas unidades de conservação no território do município, entre as quais se destacam a Área de Proteção Ambiental Estadual de Macaé de Cima, o Parque Estadual dos Três Picos e a Área de Proteção Ambiental Municipal do Caledônia, todas formando um verdadeiro corredor de biodiversidade na Serra do Mar. Todas estas unidades de conservação estão localizadas em área de Floresta Tropical Atlântica, considerada a grande prioridade para a conservação da biodiversidade em todo o continente americano e, no município de Nova Friburgo, constitui a última reserva significativa de cobertura vegetal e, conseqüentemente, o último grande refúgio da fauna friburguense. Também através da preservação das florestas tem-se a garantia de manutenção de importantes reservatórios de água doce que são utilizados como mananciais de abastecimento público, industrial, irrigação de lavouras etc.

Em Nova Friburgo, a Área de Proteção Ambiental do Pico do Caledônia, denominada APA do Caledônia, foi criada pelo Decreto Municipal n.° 497, de 12 de maio de 1992. Está situada a sudoeste da cidade, protegendo as nascentes do rio Grande (um dos principais afluentes do rio Paraíba do Sul) e sendo o total de sua área 3.400 hectares, com altitudes variando entre 900 e 2.200 metros.

Todavia, a expansão urbana também acarretou diversos problemas para os próprios moradores de Nova Friburgo, afetando não apenas o meio ambiente natural, mas comprometendo a habitação de muitas famílias que, em 2007, ficaram desabrigadas com as fortes chuvas ocorridas em janeiro, as quais ocasionaram 11 óbitos e uma série de prejuízos que até o presente momento não foram devidamente mitigados.

Deste modo, esta expansão desordenada da cidade gerou o que se pode chamar de áreas de risco, comprometendo a segurança de seus moradores, já que a exposição das áreas a enchentes e principalmente a deslizamentos de terras, durante a época chuvosa do verão, põe em risco o patrimônio, a integridade física e a vida dos que habitam estas localidades, tornando indispensável que o Poder Público efetue um monitoramento ambiental preventivo na zona urbana juntamente com as unidades de conservação da natureza.

Igualmente, as queimadas que atingem as florestas da APA do Caledônia e do seu entorno, bem como nas proximidades da Zona Urbana, como é o caso da Pedra da Catarina ou do Morro do Teleférico, têm causados contínuos danos ao meio ambiente municipal que, em 2007, alcançou grandes proporções, gerando uma enorme insatisfação coletiva.


2. JUSTIFICATIVA

Para alcançar os objetivos de conservação da biodiversidade, é necessário que se amplie as ações de proteção e de planejamento do uso dos recursos naturais, que passam seguramente pelas atividades de controle, seguido de um eficiente trabalho de fiscalização e de monitoramento.

O monitoramento de áreas naturais protegidas assegura a manutenção dos ecossistemas, imprescindível para a preservação da diversidade biológica, garante a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos, promove oportunidades para a pesquisa científica, educação ambiental, turismo, recreação e lazer. A proteção efetiva de amostras significativas de ambientes naturais, encontrados nas unidades de conservação, constitui-se em uma das recomendações da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMDA, para que a humanidade busque um desenvolvimento mais equilibrado, além do que a permanência e a manutenção da existência humana está estreitamente envolvida com a preservação do Patrimônio Natural e Cultural.

Os benefícios de caráter biológico, ecológico e sócio-econômico aumentam na medida em que áreas naturais protegidas estejam estabelecidas e manejadas com eficiência. Porém, para que se atinja estes objetivos, não basta implantar novas unidades de conservação.

Destacam-se, assim, as seguintes realizações propostas por este projeto: a criação e instalação de infra-estrutura nas unidades de conservação (serviços de consultoria para estruturação do setor, visando a implantação de casas de fiscalização e aquisição de equipamentos de comunicação e informática); a elaboração de um atlas atualizado da cobertura vegetal do município de Nova Friburgo; estudos precisos sobre a fauna e a flora do município; o plano diretor da APA do Caledônia.

Cabe ressaltar que a maioria destas realizações está de acordo com o Programa Nacional de Meio Ambiente – PNMA, bem como com os anseios da sociedade friburguense.

Para executar as ações relativas às unidades de conservação e assim assegurar a proteção e a manutenção da biodiversidade do ecossistema Floresta Tropical Atlântica, é necessário o desenvolvimento de atividades como: implantar infra-estrutura na APA do Caledônia e elaborar o seu respectivo plano diretor; fiscalizar toda a Vertente do Atlântico da Serra do Mar em nosso município e a APA do Caledônia, com ênfase nas suas localidades de entorno; proceder o diagnóstico ambiental nas comunidades de entorno da APA do Caledônia para subsidiar programas de recuperação de áreas degradadas, além de apontar as possibilidades de desenvolvimento de atividades econômicas, compatíveis com a conservação dos recursos naturais; e proceder o monitoramento ambiental, para retroalimentar o planejamento das ações na APA do Caledônia e localidades de entorno.

Com o desenvolvimento destas ações, o Município de Nova Friburgo estará oferecendo uma importante contribuição para o cumprimento da Agenda 21, assumindo o seu papel em preservar a Mata Atlântica, um ecossistema tão rico em diversidade biológica.


3. DURAÇÃO: 01 (um) ano, podendo prosseguir nos anos posteriores e ser ampliado.

4. BENEFÍCIOS E RESULTADOS ESPERADOS

1 . O monitoramento ambiental efetivo, eficiente e eficaz e os quadros atuais do uso dos recursos naturais permitirão orientar as ações de controle.
2 . Obter subsídios que permitam o aperfeiçoamento da legislação ambiental específica.
3 . A análise destas informações e dados obtidos no monitoramento ambiental resultará na formação de um banco de dados georreferenciado da evolução das modificações ambientais ao longo da execução do Projeto.
4 . Evolução das modificações diagnosticadas e monitoradas.
5 . Prevenção de acidentes em áreas de risco na época chuvosa e de queimadas durante o período seco.


5. RECURSOS E FONTES ORÇAMENTÁRIAS

R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)

Para tanto, serão necessários R$ 200.000,00, os quais serão remanejados do Programa de Trabalho 333903500000 - Serviços de Consultoria - Manutenção e Apoio Administrativo da Secretaria de Fazenda (R$ 39.000,00) e do Programa de Trabalho 333903900000 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica - Manutenção e Apoio Administrativo da Secretaria de Fazenda (R$ 161.000,00) e redirecionados para o Programa de Trabalho 333903000000 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica (R$ 100.000,00) - Planejamento Urbano e Regularização Fundiária e Programa de Trabalho 344905200000 - Equipamentos e Material Permanente (R$ 100.000,00) - Defesa Civil - Segurança Pública.

Na certeza da melhor acolhida, subscrevo-me.


Atenciosamente,


Vereador MARCELO VERLY
Presidente da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

4ª visita técnica do Projeto Diagnóstico de Campo Turístico Ambiental de Nova Friburgo - Rio Bonito de Baixo - Rio Bonito de Cima

Na última quinta-feira (06/11/2008) foi realizada a 4ª Visita Técnica do Diagnóstico de Campo Turístico Ambiental de Nova Friburgo, parceria entre o CECNA e a Equipe de Turismo Receptivo de Nova Friburgo - ETR, que também conta com a participação da Universidade Livre da Floresta Atlântica - UNIFLORA.

O trajeto percorrido dessa vez, entre as localidades de Rio Bonito de Baixo e Rio Bonito de Cima, dá continuidade à análise da parte da bacia hidrográfica do rio Macaé inserida em Nova Friburgo, que corresponde também à Área de Proteção Ambiental - APA - Estadual de Macaé de Cima, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ. Os trabalhos subseqüentes percorrerão outras localidades dessa bacia, como Galdinópolis, Boa Esperança, São Pedro da Serra, Toca da Onça, Cascata, São Romão, entre outras. Vale lembrar que esse trabalho está aberto à adesão de outras instituições interessadas em participar.

Detalhes do trajeto (clique na imagem para ampliar).

A 4ª visita técnica, a qual teve início às 9h e se estendeu até as 14h, se deu com condições meteorológicas favoráveis, céu aberto com poucas nuvens e temperatura aproximada de 25° C. Durante o percurso houve momentos com céu nublado e no final, já em Rio Bonito de Cima houve uma forte pancada de chuva, mas que poucos momentos depois deu lugar ao sol novamente.
 
O trajeto teve início na Igreja de Rio Bonito de Baixo. Bem ao lado desta, encontra-se a sede da Associação de Moradores e Amigos de Rio Bonito – AMARB. É um local um pouco mais aberto e plano comparado ao restante da região, composta essencialmente por vales estreitos e com horizonte de visão bem limitado devido à característica montanhosa de todo o alto da bacia do rio Macaé. A estrada nesse trecho, assim como praticamente em todo o trajeto, encontra-se em bom estado de conservação, permitindo facilmente a passagem de carros de passeio. É também nesse ponto, segundo pudemos confirmar com um morador local, que tem início a estrada que dá acesso à localidade de Toca da Onça, muito procurada por turistas. Há um bar próximo, que se encontrava fechado, um campo de futebol e uma propriedade com um pequeno açude e com - o que chamou atenção - dezenas de garrafões de água vazios. Por fim, havia uma placa da União das Famílias da Terra - UFT - uma instituição criada há poucos anos e que participa ativamente na busca pelos direitos dos trabalhadores rurais e que questiona a forma de atuação do governo do estado através da APA de Macaé de Cima.
 


Durante todo o percurso verificou-se na paisagem diferentes portes da vegetação local, mas que de um modo geral encontra-se em bom estado de conservação. Poucas áreas de cultivo foram avistadas, assim como de pastagens. No entanto é preciso atenção em determinados locais, fazendo-se necessária a atuação do poder público em entrar em contato com os proprietários e debater melhores formas e possibilidades de se fazer um melhor uso do solo, poupando terrenos muitos inclinados e proximidades de nascentes de usos intensivos e também discutir formas de recuperação das áreas degradadas.


No meio do percurso há a predominância de uma vegetação de grande porte no alto dos morros e de uma vegetação em regeneração em diferentes estágios nos sopés. Em morros mais altos e mais afastados da estrada, certamente há faixas de floresta primária. Em relação a ocupação humana, o que se vê ao longo da estrada são muitos sítios, os chamados “sítios de recreação” mas que na maioria das vezes poderiam ser chamados também de “sítios de conservação”, pois pertencem a proprietários desejosos de conservar o patrimônio natural presente em suas propriedades. Não resta dúvidas, porém, de que há exceções a essa regra.
 

De todos os sítios avistados, destacam-se: o sítio Paraízo, com Z, o qual conta com uma grande infra-estrutura de um haras, no Km 3,7 do trajeto; e sítio Kaeru (Km 5,5) o qual na frente de sua entrada encontra-se a primeira de três fontes padronizadas visíveis no trajeto além de um grande gramado e um pequeno horto.
A partir desse ponto, a estrada acompanha de perto o Rio Bonito e este propicia vários pontos para banho e destaca-se, no Km 6,7, o poço do Roncador, ao qual se tem acesso por uma pequena trilha que tem início na estrada, que proporciona uma bela paisagem, com cachoeira, rochas, e uma piscina natural.



No Km 7,3 chega-se à pequena localidade de Sansão. Nos Km 9,2 e 9,7 encontram-se as outras duas fontes padronizadas do trajeto e, no Km 10,9, enfim, chega-se à localidade de Rio Bonito de Cima a qual com serviços básicos para o turista e equipamentos para a comunidade local como bares, restaurantes, pousadas, telefones públicos, uma mercearia e um posto de saúde. Segundo os moradores locais, há uma boa movimentação noturna nos fins de semana, o que completa o conjunto de atrativos que o local tem a oferecer.

O ponto que deixa a desejar, no entanto, é a questão do transporte. Há apenas dois horários de ônibus por dia saindo da rodoviária urbana durante a semana e apenas um(!) nos fins de semana, fato que limita claramente o desenvolvimento do turismo da região. Durante as visitas técnicas, a equipe do CECNA e da ETR constata o evidente desconhecimento por parte dos moradores da cidade de Nova Friburgo em relação a destinos turísticos tão aprazíveis localizados dentro de seu próprio município! Quando houver um programa de incentivo ao turismo de destinos locais, certamente a economia do interior será potencializada e isso será um motivo a mais para o fomento à conservação da natureza como aliado à qualidade de vida da população rural.